quarta-feira, 10 de setembro de 2008

GRANDES TREINADORES - AMÉRICO GALLEGO




Ele foi um dos maiores jogadores do Millonario, faz parte de "La escuela Passarella". Mas duas eliminações diante do Vasco queimaram seu filme.


JOÃO PAULO CASTILHO - Tudo que é de bom passa no River. Seja jogador, seja treinador, seja torcedor. Se não fôssemos tão bons, a Seleção Argentina não jogaria somente no Estádio Monumental de Nuñez, que pertence ao Millonario. E para continuar esta série de grandes personalidades que passaram ao longo destes 107 anos de Club Atletico River Plate, vamos falar de um grande treinador argentino que levou o clube a algumas conquistas, inclusive a uma semi-final de Copa Libertadores: trata-se de Américo Gallego.

Américo Rubén Gallego nasceu na cidade de Morteros, na província de Córdoba, no dia 25 de abril de 1955. Ele, como muitos técnicos de futebol foi jogador. A carreira dele foi marcada por jogar em apenas duas equipes: no Newell’s Old Boys de Rosário e no próprio River.

“EL TOLO”
Gallego era meio-campo. Se tornou jogador de futebol profissional no ano de 1974, no Newell’s Old Boys de Rosário. Lá recebeu o apelido de Tolo. O primeiro gol veio quase um ano depois, contra o Gimnasia de La Plata. Suas belíssimas apresentações foram recompensadas com uma convocação para a Copa do Mundo de 1978, pela seleção argentina dirigida por César Luís Menotti.

El Tolo foi contratado pelo River em 1981, um ano antes da Copa do Mundo de 82, na Espanha, onde ele também seria convocado. No Millonario, comandou o meio-campo junto com Reinaldo Merlo até encerrar a carreira, em 1988, na vitória do River Plate por 3 a 1, contra o Banfield.

No River, como jogador conquistou dois campeonatos argentinos, uma Taça Libertadores da América, uma Copa Interamericana e um Mundial Interclubes. Em 14 anos de carreira, Américo Gallego marcou 35 gols, em 440 partidas.

DE JOGADOR A “FREGUÊS DO VASCO”
Américo Gallego abandonou os gramados no ano de 1988, atuando no River Plate, com 33 anos de idade. De 1989 até 1994 foi auxiliar-técnico de Daniel Passarella no comando do time Millonario. Nesta época, a equipe que na época contava com jogadores estrelas, como Ariel Ortega, Leonardo Astrada e Marcelo Gallardo, foi campeão argentino quatro vezes: 1991, 1992, 1993, 1994 (Apertura).

Depois que Passarella resolveu assumir a Seleção Argentina, após a Copa do Mundo em 1994, Gallego aceitou o convite do presidente Alfredo Davicce de ser o novo técnico do clube. No comando do time vermelho, preto e branco, el tolo levou o River Plate a conquista invicta do Torneio Apertura de 1994. No ano seguinte, o então treinador da Seleção Albiceleste, o chamou para ser novamente seu auxiliar-técnico. No seu lugar, a diretoria contratou Ramón Díaz, que seria no futuro, campeão da Taça Libertadores da América de 1996.

Américo Gallego voltou a dirigir o River no ano de 1998, substituindo Ramón Díaz, para disputar aTaça Libertadores da América deste ano. O time ia bem na competição, era apontado com favorito a conquistar a Taça pela terceira vez. Mas na semi-finais, Gallego e los Millonarios encontrou o Clube de Regatas Vasco da Gama.
No primeiro jogo, em São Januário, no Rio de Janeiro, o River perdeu por um a zero, com gol do zagueiro Donizete.

O jogo de volta, no Estádio Monummental de Nuñez, em Buenos Aires foi emocionante. O River precisava de uma vitória simples para se classificar. O Vasco de um empate. O lateral-esquerdo Sorín, que um dia iria fazer a alegria da torcida do Cruzeiro no futuro fez um azero, levando a torciada ao delírio. Mas, aos 37 minutos do segundo tempo, tudo foi por água abaixo. Juninho Peranabucano cobrou falta a longa distância e mandou no ângulo do goleiro Burgos, acabando com o sonho do Tri.

Ele permaneceu até o ano de 2000, depois da Eliminação na Copa Mercosul, novamente contra o Vasco. Em pleno Monumental, o time de Juninho e cia., goleou o River Plate por 4 a 1.

GALLEGO HOJE
No ano de 2008, Américo Gallego dirigia o Tigres de la UANL, do México, time que ele dirigia desde o final de 2007. Mas as coisa não foram bem para el Tolo. Em fevereiro, o Tigres foi goleado por 6 a 1 para o Pachuca. Depois da partida, o presidente Enrique Borja ,declarou em entrevista coletiva que Américo Gallego não era mais treinador do time da cidade de Nuevo León.

Agora, Gallego está na praça esperando alguma proposta de um clube interessado em seus serviços. Se os times brasileiros fosse um pouco mais ousados, deveria investir em técnico argentinos, pois já que o mercado está escasso, inclusive em treinadores, Américo Gallego poderia fazer muito sucesso aqui no país.

FICHA TÉCNICA
NOME: AMÉRICO
Rubén GALLEGO
APELIDO: Tolo
DATA DE NASCIMENTO: 25 de abril de 1955, em Morteros, Córdoba (ARG) – 53 anos.
TEMPO DE RIVER: 1989 – 1994 (como auxiliar), 1994, 1998 - 2000 (como técnico).
JOGOS: 109 (63 vitórias, 32 empates, 14 derrotas).
TÍTULOS NO RIVER: Campeonato Argentino:1991, 1992, 1993, 1994 (Apertura), como auxiliar técnico; Campeonato Argentino 1994 (apertura) e 2000 (Clausura), como técnico.
MAIOR FEITO: Foi campeão argentino invicto no ano de 1994 (apertura).
MAIOR FIASCO: Virou freguês do Vasco, com duas eliminações vexatórias.

PRÓXIMA EDICÃO: RAMÓN DÍAZ

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